2017

19/11/2017

A CLAUSTROFOBIA: O MEDO DE LUGARES FECHADOS





Na claustrofobia, ou medo de lugares fechados, as impressões psíquicas tornam-se físicas: o ambiente “encolhe”, o teto teima em aproximar-se, as paredes comprimem-se, as pernas e as mãos tremem desmesuradamente, o suor escorre, a boca seca e o coração parece querer ser o primeiro a sair dali, furando o peito. Os elevadores são a ilustração costumeira deste tipo de fobia.

            Medo de lugares fechados, abertos, multidão, escuro, altura, entre outras fobias, são reações normais que servem para qualquer ser racional distinguir o que é perigoso ou não. O exagero, porém, pode ser um distúrbio psíquico, mas a cura é possível. Quem ainda não sentiu medo? Fobias, como outras doenças da mente, sempre existiram desde as épocas mais primitivas. Sem dúvida, o medo nos tempos pré-históricos era totalmente diferente. Já na atual sociedade moderna, há pessoas que têm pavor de dentista, avião, montanha russa, altura, entre outros, que são reações psicossomáticas inerentes do organismo diante do perigo iminente, causando sudorese, pânico, o aumento da adrenalina, dos batimentos cardíacos etc.

            Há muitas pessoas, contudo, que têm um medo muito exagerado diante de algumas situações do dia-a-dia, principalmente de locais fechados, como elevadores, comboios ou aviões, por exemplo. A fobia também pode estar presente quando a pessoa se encontra cercada por uma multidão. A claustrofobia, todavia, não é uma doença, mas um sintoma, geralmente acompanhado de um distúrbio conhecido como Agorafobia - o medo de estar em um lugar público lotado de pessoas, de onde o indivíduo não pode sair facilmente, caso se sinta mal.

            As fobias podem ser classificadas em dois grupos. No primeiro, encontram-se as fobias comuns, ou seja, aquelas cujos sinais são o medo excessivo de coisas que todos, numa certa medida, temem, como por exemplo, alguns tipos de animais, a escuridão, a morte, as doenças etc. No segundo, o medo está ligado, não a um objeto específico, mas sim a um certo ambiente, como é o caso das agorafobias. São fobias contingentes, de natureza contextual, ou seja, manifestam-se dentro de um contexto.

            É muito comum haver confusões na comparação entre Agorafobia e Claustrofobia. Pensa-se que a primeira seria o medo de espaços abertos e, portanto, o contrário da segunda, o medo de espaços fechados. Agorafobia não é medo de espaços abertos como normalmente dizem, mas medo de lugares cuja fuga é embaraçosa ou difícil que, muitas vezes, pode ser um espaço amplo, como uma estação do metro ou um estádio de futebol. "A confusão deve existir pelo fato de que espaços públicos são lugares amplos e geralmente abertos, mas não é o caso do metro que é confinado. A afirmação de "que um é contrário do outro" não é verdadeira porque uma pessoa com fobia de elevador pode ter tanto uma Agorafobia como uma Claustrofobia", explica a psicoterapeuta e diretora do Instituto de Psicoterapia Avançada, Maura de Albanesi.

            Outra confusão pertinente é porque as crises acontecem, geralmente, em lugares fechados e também pelo fato de que os conceitos são muito semelhantes (Agorafobia - medo de lugares de difícil escape e Claustrofobia - medo de lugares fechados). Se a pessoa tem medo de elevador somente por ser um espaço confinado é uma Claustrofobia. Se, entretanto, o indivíduo tem medo de passar mal (o que não significa necessariamente estar preso na cabine) e não ser socorrido, caracteriza-se um medo antecipatório, típico da Agorafobia.

            Mesmo alguns segundos diante de um contexto claustrofóbico são suficientes para desencadear um complexo de sintomas nas vítimas deste transtorno. Elas passam a evitar estas situações, consideradas como de risco. É difícil avaliar quais as causas deste problema, pois elas podem ser múltiplas. Aqueles que sofrem de qualquer tipo de ansiedade têm uma tendência maior a apresentar este distúrbio, pois qualquer vivência de um trauma em um lugar fechado pode ser o estímulo inicial para desenvolver nestas pessoas este gênero de fobia. "Geralmente, estas pessoas se isolam e evitam locais que possam gerar contextos claustrofóbicos, pois se deixam dominar pelo medo, recolhendo-se a lugares nos quais se sentem mais seguros", explica a psicoterapeuta.

            Tratamento - É fundamental, assim, tratar este transtorno, para que ele não se agrave e evolua para outras doenças psíquicas. Neste sentido, é importante aliar a psicoterapia com antidepressivos. A psicoterapia tem como objetivo de reestruturar a mente, identificar os medos e trabalhar os aspectos irracionais de cada um deles. "A cura completa é, sim, algo bem real e possível. Tanto o claustrofóbico quanto seus familiares devem aprender a aceitar esta realidade. Só assim será possível eliminar de vez estes incômodos efeitos do cotidiano muitas vezes massacrante da nossa civilização. O autoconhecimento e a compreensão de si mesmo podem ajudar o paciente a se libertar desta e de outras fobias", completa Maura.
Em sua grande maioria, os claustrofóbicos têm medo de morrer, não possuindo, portanto, o específico medo de lugares fechados. Os pensamentos ligados a esses pacientes adquirem grande importância no diagnóstico da patologia e, neste caso, o medo de morrer por falta de ar é o mais recorrente. “Às vezes, a pessoa não tem medo de avião, mas tem fobia de ficar presa nesse lugar, pois, caso aconteça algum problema, ela não tem para onde ir.

            Apesar de ainda não ter sido elucidadas as reais causas das fobias, sabe-se que existe aí um componente genético, visto que mais de 70% das pessoas fóbicas possuem parentes com este mesmo problema. Exposição a situações semelhantes às que provocam medo, repressão sofrida no passado, dentre outros fatores, também podem estar relacionados. As manifestações da doença geralmente têm início na infância, e devem ser tratadas, já que tendem a se agravar com o passar dos anos; e causam situações de desconforto à pessoa, podendo interferir em suas relações sociais.

            Há cerca de seis meses, o estudante de Administração Fábio Andrade, 23, sofre de claustrofobia. Ele evita elevadores, teme escadarias escuras e apavora-se diante da improvável possibilidade de ficar preso dentro do banheiro. Para Fábio, mesmo uma janela fechada pode ser sufocante. “Tenho a impressão de que vou desmaiar, o coração dispara, a mente fica retorcida e a visão embaça”, conta.

            De onde vem isso? A claustrofobia de Fábio surgiu de repente e ele ainda não conseguiu descobrir o motivo do trauma. De fato, nem sempre é fácil encontrar a razão, já que não há uma causa única. Segundo o psiquiatra Gilson Volpe, “pessoas naturalmente ansiosas ou de fundamentos reativos têm uma predisposição a desenvolver o transtorno”. Para alguém com essa personalidade, experiências traumáticas em lugares fechados são o estopim. A presença de alguém claustrofóbico na família também pode dar início ao que os psicólogos chamam de aprendizagem por modelação. Algumas correntes ainda apontam como uma das causas da fobia a repressão de impulsos sexuais e sentimentos de culpa.

            Afastar-se do mundo, obviamente, não é a melhor maneira de enfrentar este pavor irracional. Este é um daqueles transtornos em que a psiquiatria e a psicologia andam de mãos dadas. Segundo o psiquiatra Gilson Volpe, existem dois grupos de medicamentos mais recomendados para o tratamento da claustrofobia, os ansiolíticos e os antidepressivos. “Eles inibem a recaptação da serotonina, responsável pela ansiedade”, traduz. Os resultados costumam ser rápidos, mas há riscos do medo voltar a se manifestar ao interromper a medicação.

            Por conta disso, o tratamento psicológico é de suma importância para a cura da claustrofobia. A psicóloga Sonia Maeda aconselha a terapia focal por meio da abordagem comportamental. Nessa linha terapêutica, o claustrofóbico se submete a efeitos de relaxamento, abrindo a porta para o psicólogo o conduzir a uma reestruturação cognitiva. “É preciso montar uma hierarquia dos medos, desde o mais terrível até o menor, e trabalhar a irracionalidade de cada item. A partir daí, o psicólogo incentiva o paciente a se expor às situações que ele considera de risco”, informa Sonia, referindo-se ao método conhecido por dessensibilização sistemática.

            Sem dúvida, não se trata de um transtorno dos mais simples, pois traz muitos impedimentos. Mas o claustrofóbico pode, sim, conseguir cura completa. Para isso, é muito importante detectar as raízes do medo e, como afirmou Sonia, expor-se pouco a pouco a eles.

            A duração do tratamento psicológico varia de acordo com o grau da fobia e de como ele mesmo pretende se ajudar. Vale lembrar também o papel da família em aceitar o medo como parte de um comportamento doentio, sem criticá-lo. Ao final da terapia, associada às medicações, é possível fechar as portas deste medo irracional de uma vez por todas.

            É indicado que o paciente pratique exercícios, tenha uma alimentação balanceada e acompanhamento terapêutico, a fim de reduzir o estrepe e aumentar a auto-estima e confiança – imprescindíveis para o sucesso do tratamento.

             Uma técnica amplamente utilizada é a da auto-exposição, na qual o indivíduo fóbico enfrenta de forma gradual as situações que lhe causam medo, podendo se recuperar completamente ao final do tratamento.


PROF. KIBER SITHERC 
http://professorkibersitherc.blogs.sapo.pt/59958.html


6 maneiras de treinar seu cérebro para lidar com a ansiedade, mal que afeta 13 milhões de brasileiros



                                                                                                              GETTY IMAGENS

Sofrer com a ansiedade é mais comum do que muitos imaginam: somente no Brasil, cerca de 13,3 milhões de pessoas têm distúrbios de ansiedade, doença que atrapalha relacionamentos, desempenho profissional e o bem-estar físico e emocional do indivíduo.
No ano passado, 6,4% da população brasileira sofria com transtornos do tipo, bem mais que a média global, de 3,9%, de acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Mas o que é um transtorno de ansiedade e como diferenciá-lo da ansiedade natural? De acordo com Olivia Remes, doutoranda e pesquisadora do Departamento de Saúde Pública e Cuidados Primários da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, transtornos de ansiedade generalizada são caracterizados por sensações frequentes de medo, inquietação, e de "sentir-se no limite".

"Quando uma pessoa tem um prazo apertado ou uma emergência no trabalho, ela se sente ansiosa e isso é normal. Mas há pessoas que se preocupam com cada ponto de suas vidas e não conseguem se livrar disso", explica. "Pessoas com esse transtorno se preocupam muito mais frequentemente e com mais intensidade que aquelas com uma boa saúde mental."

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Apesar dos distúrbios de ansiedade serem um problema sério, que muitas vezes demanda acompanhamento com especialistas, é possível desenvolver habilidades para lidar com o transtorno.
Abaixo, Remes compartilha diferentes estratégias para enfrentar o problema, com base em um estudo recente que liderou.

1. Monitore os seus pensamentos
Quem sofre com transtornos de ansiedade geralmente se vê tomado por pensamentos negativos que invadem a mente sem aviso. "Pessoas com transtornos de ansiedade são pessimistas. Elas acreditam que algo ruim está prestes a acontecer, mesmo que não haja nenhuma evidência que aponte para isso. Elas temem o futuro e acham muito difícil evitar esse tipo de preocupação", descreve a pesquisadora.

Para contornar tal situação corriqueira aos ansiosos, Remes sugere não lutar contra os pensamentos negativos, mas escolher uma hora do dia como o "momento da preocupação" e se permitir um período limitado de tempo para ruminar. Como exemplo, Remes recomenda designar o horário das 16h para as preocupações e dar a si mesmo 20 minutos para preocupar-se.

"A literatura psicológica mostra que nossos pensamentos murcham se não os alimentamos com energia. Ao empurrar esses pensamentos para um outro momento do dia, quando você chegar no momento designado para a preocupação, eles talvez não pareçam tão confusos ou preocupantes como pareciam quando brotaram em sua mente pela primeira vez", explica Remes.

2. Faça atividades físicas e pratique meditação
A famosa citação latina "uma mente sã num corpo são" não é gratuita. Saúde mental e física são codependentes, afirma Remes, e a prática de exercícios físicos é um aliado essencial para o bem-estar psíquico. Em conjunto com exercícios regulares, a meditação consciente também pode ajudar mentes ansiosas.

Um estudo da Universidade de Nova Jersey, publicado recentemente na revista Nature, mostrou que apenas duas sessões semanais de meditação e atividades físicas, de 30 minutos cada, reduziram drasticamente sintomas depressivos nos 52 participantes da pesquisa. Os pesquisadores concluíram que, ao cabo de oito semanas, além de auxiliar aqueles com depressão, a prática também poderia ser útil para aqueles que tendem a ruminar pensamentos, algo comum entre os ansiosos.
"Eu realmente fiquei muito surpresa com esse estudo, com o quanto essas mudanças de hábito podem ter um impacto tão grande", afirma Remes. "Quando você se exercita, você diminui seus níveis de ansiedade e você tem mais energia. Você simplesmente se sente melhor como um todo", aponta.

3. Encontre um propósito - nem que seja cuidar de seu animal de estimação
Em 1946, o médico austríaco Viktor Frankl publicou o livro Em busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração, no qual narrou suas experiências como prisioneiro em Auschwitz. Frankl também analisa a resposta psicológica de diferentes prisioneiros expostos ao campo de concentração nazista e argumenta que encontrar sentido no cotidiano é uma forma de lidar com a adversidade.

De acordo com Remes, pessoas com distúrbios de ansiedade muitas vezes não conseguem identificar um propósito claro em suas vidas e nem sempre acreditam que vale a pena investir esforços para endereçar os desafios que encontram. Em seu estudo recente sobre níveis de ansiedade em mulheres que vivem em situações de privação econômica, Remes encontrou que aquelas que tinham senso de coesão, de propósito e que enxergavam sentido em suas vidas, tinham menos distúrbios de ansiedade, mesmo vivendo situações difíceis.

Para a pesquisadora, as lições de Frankl, mesmo extraídas de uma experiência dramática, são um mecanismo útil para aqueles que sofrem com ansiedade. "Nos relatos de Frankl, um traço de personalidade que diferenciava os prisioneiros eram aqueles que conseguiam manter um propósito mesmo naquela situação. Para um era saber que sua filha o aguardava, então ele precisava sobreviver para ela e isso lhe deu esperança. Para outra, era saber que ela tinha um trabalho importante para finalizar", afirma.

No cotidiano, ter a sensação de que você é necessário para a vida de outra pessoa ou para uma atividade específica auxilia na construção de propósito. Tal senso de conexão pode ser traduzido em atividades de voluntariado, em cuidados com um familiar enfermo, na educação de uma criança ou mesmo nos cuidados com um animal de estimação, aponta Remes.
"Quando você coloca seu foco em algo além de você, esse ato te ajuda a dar um tempo de si mesmo", explica. "Ter outras pessoas em mente é muito importante, porque torna um pouco menos penoso passar pelos momentos mais difíceis."

4. Veja o lado bom da vida (por mais que isso seja desafiador)
Por mais clichê que possa soar, adotar uma atitude positiva perante à vida, com foco nos aspectos bons ao invés dos ruins, é essencial para lidar com a ansiedade. Para domar a mente e espantar os pensamentos negativos, Remes recomenda olhar para elementos que te dão prazer, ao invés daqueles que te irritam ou que te deprimem.
Embora controlar quais pensamentos te veem à mente seja impossível, é possível dialogar com eles uma vez que se fazem presente. Se, ao chegar em um ambiente, algo negativo te chamar a atenção, busque encontrar algo que seja positivo. Se no caminho para o trabalho o trânsito estiver estressante, busque ouvir uma música que te conforte - ou mesmo mude a maneira de se deslocar ao trabalho. Essa atitude positiva perante os pequenos momentos da vida tendem a reverberar também no bem estar emocional do indivíduo, aponta Remes.

Nas situações em que pensamentos negativos intensos invadem a mente, focar em outras atividades do corpo, como a respiração, também é uma forma de amenizar seus efeitos. "Reconheça que esses pensamentos catastróficos que vêm à mente, que te fazem se sentir péssimo, são apenas eventos mentais que irão passar", diz Remes.

5. Viva no presente
A prática de ruminar pensamentos e ser constantemente tragado por memórias do passado tende a alimentar a ansiedade. Preocupar-se com o que pode ocorrer no futuro também pode deixar o indivíduo mais ansioso. Embora muitas vezes esses pensamentos sejam difíceis de controlar, Remes aponta que é importante manter um foco constante no que você está fazendo agora.
"Estudos mostram que, quando nós vivemos no passado, revivendo memórias antigas, essa atitude nos deixa depressivos e menos felizes. Na verdade, ficamos mais felizes quando vivemos no momento presente. Se você está trabalhando, simplesmente foque naquilo que você está fazendo. Simplesmente viva no presente", diz.

6. Busque terapia
Nem sempre é possível lidar sozinho com distúrbios de ansiedade, e a terapia é uma grande aliada para melhorar a saúde mental. Em casos assim, uma possibilidade é a terapia cognitivo-comportamental, cujo princípio básico é buscar uma postura construtiva do paciente.
Nesse sistema de psicoterapia, a hipótese central aponta que a forma como entendemos eventos internos e externos - e não o evento em si - é que determina nossas respostas emocionais e comportamentais.
De acordo com Remes, a solução é preferencial ao consumo de medicamentos, quando for possível optar. "Em muitos casos, medicamentos não funcionam, ou funcionam apenas no curto prazo e os problemas retornam depois de um tempo", aponta. Para a pesquisadora, trabalhar para desenvolver habilidades de enfrentamento à ansiedade e buscar terapia são as melhores formas de lidar com o transtorno.


15/08/2017

11 dores ligadas ao seu estado emocional





Especialistas explicam porque as inseguranças, medos e sobrecargas do dia a dia podem deixar o corpo cheio de dores

Você já parou para pensar se aquela dor nas costas ou a dor de cabeça persistente possa ter origem no seu estado emocional? Sim, isso é possível acontecer, como explica a psicóloga Rita Calegari, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo: "Nosso corpo é um sistema único - a parte física e a emocional não estão desassociadas uma da outra - o que afeta o corpo mexe na emoção, o que afeta a emoção, mexe no corpo".

A dor funciona como um mecanismo do corpo para passar uma mensagem, mostrar que algo não vai bem. "Sem a dor, nós prejudicaríamos muito mais nosso organismo pelo simples descuido. Imagine as luzes do painel do carro que mostram quando a gasolina chegou na reserva, quando o motor está superaquecido, o óleo baixo, etc. Esse recurso mostra a tempo o que deve ser corrigido antes de nos colocarmos em risco. A dor é o nosso 'sinal luminoso' para prestarmos atenção", conta Rita.

Quando a causa de uma dor é investigada, o especialista avalia vários sistemas que podem influenciar no seu surgimento. Por meio de exames, as possibilidades vão sendo descartadas até que se chegue ao diagnóstico. "Doenças podem ter diversas origens: vírus, bactérias, hereditariedade, processos inflamatórios, acidentes, alergias, poluição, má alimentação, mau uso de medicações e também estados emocionais nocivos. Somente uma boa consulta médica irá diagnosticar a causa da dor com segurança", reforça a psicóloga.
Como o estado emocional pode influenciar na saúde?
Na presença do estresse, os músculos ficam tensos, causando dores específicas. A tensão, por sua vez, aumenta o cortisol no sangue, alterando o ritmo cardíaco. "Tudo isso altera o organismo de uma forma geral, inclusive a musculatura, ficando tensionada e refletindo-se em dor. Além disso, a pessoa com alteração emocional e deprimida tende a manter uma postura errada e acaba não realizando exercícios, ocasionando assim dores musculares", ressalta Carlos Górios, ortopedista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
O processo inflamatório desse tipo de dor é diferente da reação do corpo após um trauma físico. "O processo inflamatório causado por fatores emocionais está relacionado a alterações hormonais e erro de postura, enquanto que no outro caso pós-traumático ocorre uma resposta fisiológica do organismo ao dano tecidual ou alguma outra situação, como infecção. Esse envolve células do sistema imune, levando a vasodilatação como resposta vascular, aumento da permeabilidade vascular levando à edema, aumento da pressão do tecido causando dor", explica Górios.

Como essas dores se manifestam
A região cervical, torácica e principalmente a lombar são as mais afetadas. Isso se dá porque a coluna é responsável pela sustentação do corpo e por isso as costas acabam recebendo uma carga maior em situações de estresse e alterações do emocional.
"Outro músculo que pode ser afetado é o músculo psoas, que liga a coluna vertebral às pernas. Em situação de alteração emocional, com descarga de adrenalina, esse músculo é tensionado, dificultando a postura e causando dor nas costas. Essa região é chamada de 'músculo da alma', segundo a medicina oriental", revela ele.
A psicóloga destaca que a tensão emocional pode ser provocada pelos mais diversos âmbitos da vida, como trabalho, casamento, família, entre outros. "Alterações no ciclo vital, como mudanças nas fases comuns da vida, mas que acarretam sofrimento, como a morte de alguém querido, também são capazes de criar essas dores", conta Rita. Confira algumas dores que podem surgir por causa do seu estado emocional e os motivos comuns que podem desencadeá-las, de acordo com a psicóloga:

1. Dor de cabeça
Tensão emocional e muitas preocupações. Pessoas que pensam demais e realizam pouco. Amargura com alguma recordação de eventos passados, entre outros.

2. Dor no pescoço/nuca
Forte tensão emocional, conflitos entre a razão e os sentimentos, entre outros.

3. Dor nos ombros
Sobrecarga de tarefas, tensão emocional, timidez, medo, insegurança, entre outros

4. Dor nas costas
Medo, desamparo, insegurança, sobrecarga de tarefas, tensão emocional, entre outros.

5. Dor na lombar
Sobrecarga de tarefas, tensão emocional, medo, insegurança, entre outros.

6. Dor nas mãos
Sobrecarga de tarefas, tensão emocional, medo, insegurança, entre outros.

7. Dor nas articulações
Sentimento de impotência, grande tensão emocional, medo e tristeza. Rigidez de pensamentos, inflexibilidade, entre outros.

8. Dor muscular
Tensão, energia acumulada, tristeza, medo, raiva, conflitos existenciais, entre outros.

9. Dor de estômago
Tensão, irritabilidade, conflitos insolúveis, mágoa, raiva, nervoso, entre outros.

10. Dor nos quadris
Sobrecarga de tarefas, tensão emocional, medo, insegurança, entre outros.

11. Dor nos joelhos
Sobrecarga de tarefas, tensão emocional, medo, insegurança, entre outros.

Formas de tratamento

A terapia desse tipo de dor deve contar com uma abordagem multidisciplinar, que pode incluir médico, psicólogo, fisioterapeuta, educador físico, além de outros profissionais. "O tratamento medicamentoso inclui analgésicos e anti-inflamatórios, 'antidepressivos' (que na verdade seriam melhor denominados como moduladores de serotonina e noradrenalina), anticonvulsivantes e opióides", conta a psiquiatra Milene Busoli. Ela também destaca a atividade física como um fator essencial para a recuperação. "Em geral, atividades na água, pilates ou atividades mais intensas, desde que supervisionadas. Outros tratamentos incluem fisioterapia, acupuntura e massagem. A terapia em geral visa a adaptação e aceitação do quadro, e enfrentamento dos medos relacionados a atividade, retorno ao trabalho, bem como a sensação de culpa e inadequação", finaliza.




08/08/2017

Padre Fábio de Melo revela estar com Síndrome do Pânico







Sempre alegre nas redes sociais, padre Fábio de Melo revelou, nesta terça-feira (8), estar passando por um momento bastante difícil em sua vida pessoal. O religioso contou que foi acometido pela Síndrome do Pânico.

"Eu sou extremamente aberto a contar minhas fraquezas. Não tenho medo da minha humanidade”, afirmou durante o "No Ar" - programa de Otaviano Costa na Rádio Globo.
O famoso também deixou claro acreditar que o problema de saúde seja reflexo das funções que desempenha como líder espiritual. “Eu sei que eu sou afetivamente exigido o tempo todo. Faz parte do meu trabalho, eu sei, as pessoas, quando elas se aproximam de mim, elas chegam muito afetuosas, muito cheias de histórias, e é claro que é um desgaste natural, um desgaste emocional natural de tudo aquilo que eu faço.”


O padre também aproveitou a oportunidade para comentar seu sucesso na internet. "Eu gosto dos personagens que me ajudam no Snap, me ajudam no Instagram a dizer o que nem sempre eu posso diretamente dizer. Mas eu sou eu. Eu não me escondo atrás de ninguém. Eu gosto dessa verdade. A autenticidade é a fatura que a gente tem que pagar com gosto todos os dias”, avaliou.


 Fonte: Famosidades

05/08/2017

Despersonalização e Desrealização esta associado a Ansiedade e Síndrome do Pânico



A despersonalização e desrealização são sintomas que podem surgir associados ao pânico/ansiedade/medo e pertencem a um grupo de sensações/sentimentos conhecidos por Dissociação.
Existe uma escala que avalia o grau de dissociação que varia numa pontuação entre 0 e 10. Por exemplo algumas das pessoas com perturbação de pânico obtêm nesta escala valores entre 4 e 5. Muitas pessoas com ataques de pânico afirmam que os ataques começam com a experiência de despersonalização e/ou desrealização.
As sensações de dissociação são muitas e variadas.

Sensações dissociativas:
-sensibilidade à luz e ao som
- visão em túnel
- sensação de que o corpo aumentou, sentido-o maior que o normal
- sentir que o corpo diminuiu a proporções mínimas
- objetos parados parecem mexer-se
- estar a guiar no carro e aperceber-se que não se lembra de uma parte ou da totalidade da viagem
- estar a ouvir alguém a falar e aperceber-se de que não ouviu nada ou partes do que a outra pessoa disse
- por vezes “ficar a olhar para o espaço” e não ter a noção de que o tempo passou

Atenção: muitas destas sensações dissociativas são normais. Elas só constituem problema quando influenciam a vida da pessoa causando desconforto e/ou problemas emocionais/psicológicos.

Compreender os sentimentos e sensações de despersonalização e desrealização
As pessoas que sentem despersonalização/desrealização sentem-se divorciadas tanto do mundo como do seu próprio corpo. Geralmente as pessoas alegam sentir “que a vida é vivida como se tivessem num sonho”; as coisas parecem irreais, desfocadas; há quem diga que se sente separado do seu próprio corpo. Outra característica desta condição poderá incluir pensamentos “estranhos” ou uma constante preocupação das quais as pessoas acham difícil “desligar”.
Em seguida transcrevo um texto escrito por Paul David (2009) relativo às sensações e sentimentos de despersonalização/desrealização:
“É como se as pessoas por mais que tentem, sentem que não conseguem lidar bem com o mundo à sua volta. Sentem-se distanciadas daquilo que as rodeia, sendo difícil falarem e ligarem-se a outras pessoas. Podem sentir que já não nutrem sentimentos por outras pessoas que lhes são próximas. A pessoa parece que já não se sente como normal e isso pode custar muito a quem passa por esta experiência.
A despersonalização é em muitos casos um sub-produto da ansiedade, uma vez que as pessoas engrenam por um caminho de preocupações, medos, receios e constante vigília sobre aquilo que pensam, sentem ou fazem. Há uma auto-consciencialização das coisas enorme, fazendo assim com que a pessoa se sinta absorta aos seus próprios processos internos. É extremamente frequente as pessoas sentirem medo de poderem ficar loucas, perder o controle, mas não - não vão ficar loucas ou perder o controlo. Este estado surge por estar constantemente preocupado(a) em relação aos seus problemas. A despersonalização/desrealização não faz mal por si só, não é perigosa nem constitui uma perturbação grave. É natural que as pessoas poderão ser mais ou menos afetadas consoante o tipo de situação, ansiedade e contexto em que se inserem, mas com paciência e compreensão esta sintomatologia passa.
A despersonalização ocorre com a ansiedade porque você está tão habituado(a) a observar-se a si mesmo(a), a questionar o que tem, dia sim-dia sim que começa a sentir-se afastado do mundo exterior. A sua mente tornou-se mais “cansada” e menos resiliente (facilidade para ultrapassar obstáculos, resistência emocional e psicológica) pois aquilo que faz é observar e preocupar-se com todos os seus sintomas. É como se a mente tivesse sido bombardeada com pensamentos de preocupação e se torna-se fatigada. Quando a mente se cansa psicologicamente e emocionalmente sentimos estes estranhos sentimentos de distanciamento do mundo à nossa volta e de nós mesmos, experienciando um estado de pseudo-sonho. É aí que podemos começar a convencer-nos de que estamos a piorar, a ficar loucos, que estamos a perder o controlo. Mas não estamos a enlouquecer, a nossa mente é que está tão cansada que nos pede uma pausa, um descanso de toda esta introspeção, análise interna e absorção.
Quando as pessoas dão por elas no ciclo da preocupação/ruminação começam a pensar profundamente e constantemente, é um ciclo. Estudam-se em profundidade, verificando, observando e concentrando-se nos seus sintomas. Até podem acordar de manhã apenas para continuar este hábito “Como é que eu me sinto hoje de manhã?” “Será que consigo sentir-me bem durante o dia?” “Que nova sensação é esta que eu sinto?” Isto pode durar todo o dia, provocando assim um cansaço adicional ao que já existe na nossa mente. Esta constante verificação e observação dos seus sintomas torna-se então um hábito, mas tal como todos os outros hábitos, este também pode ser mudado.
Ruminação, preocupação, receios; ficamos tão preocupados acerca do modo como nos sentimos que não pensamos em mais nada. É de espantar que se sinta tão distanciado e afastado daquilo que o(a) rodeia? É de espantar que não se consiga concentrar?
Algumas pessoas quando estudam para os exames durante horas a fio, chegam ao ponto em que já não conseguem assimilar informação por isso fazem uma pausa e continuam no dia seguinte. Para si não há cá pausas ou time-outs.
O que muitas pessoas não sabem é que a despersonalização pode ocorrer em pessoas sem ansiedade ou questões de pânico. Pode acontecer quando alguém perdeu uma pessoa que ama, quando se tem um acidente de viação, ou um choque emocional de qualquer tipo recente. É um mecanismo de defesa, é como se fosse o modo que o corpo encontra para nos proteger de toda a preocupação ou mágoa que possamos estar a sentir. Isto normalmente é temporário e quando a pessoa que está em luto ultrapassa alguma da sua mágoa, a despersonalização diminui e/ou desaparece.
O problema com a ansiedade é que as pessoas que sofrem dela têm uma tendência para se preocupar e a despersonalização surge como proteção a todo este stress e preocupação diária. As pessoas podem então sentir-se distanciadas, distantes, vazias, sem emoções. O que acontece nessa altura é que as pessoas começam a preocupar-se e a obcecar sobre este novo sentimento, pensando que é algo sério e grave, ou que poderão enlouquecer. Até poderão mesmo “esquecer” a sua ansiedade e focarem-se apenas neste novo sentimento o que poderá fazer com que estes sentimentos e sensações aumentem. A desrealização cresce à medida que entramos no ciclo de preocupação e medo e por isso o nosso corpo protege-nos destes sentimentos cada vez mais, fazendo-o(a) sentir-se mais distanciado(a) e distanciado(a). É esta preocupação e medo sobre estas sensações e sentimentos que o(a) mantêm no ciclo.
A maneira de ultrapassar a despersonalização não é preocupar-se ou obcecar acerca dela, mas dando-lhe espaço, dando-lhe o espaço necessário e não se sentir “dominado(a)” ou “arrebatado(a)” por ela. Ver a despersonalização como um mecanismo que o corpo encontra para nos proteger e não como um sinal de que algo terrível irá acontecer ou que poderá enlouquecer. Este sintoma é como qualquer outro e quanto mais se preocupa ou obceca acerca dele maior o problema se poderá tornar e mais tempo poderá manter-se no ciclo.”
Paul David,2009.
Tratamento: Consulte seu médico. Há bons resultados com psicoterapia e medicamentos.
Fonte:http://www.terracalma.com/index.php/sintomas/despersonalizacao-e-desrealizacao

30/06/2017

Doença mental: Preconceito e ignorância como maiores inimigos.







Por: Sueli Castilho-psicóloga e comportamento

Sempre se conhece alguém que apresente algum tipo de transtorno mental. Ansiedade, depressão, pânico, distúrbios alimentares dentre muitos podem afetar uma pessoa no transcorrer de sua vida acarretando sofrimento e incapacidade para exercer as funções naturais do dia a dia.

Mas fecham-se os olhos e afasta-se do convívio essas pessoas. Essas pessoas ainda provocam medo, distanciamento ao invés de provocarem entendimento, aceitação e tratamento. Isso apenas faz com que a pessoa que apresente transtorno mental se isole, e sem nenhum apoio não procure tratamento para seu problema.

A saúde mental é tão importante quanto à saúde do corpo. Mas buscam-se os médicos para o tratamento corporal e foge-se do psiquiatra e psicólogo pelo medo de ganhar o rotulo de “louco, esquisito, pinel, e para os mais elitizados: excêntrico”. A família na maioria das vezes tem vergonha de apresentar uma pessoa que tenha qualquer tipo de transtorno mental e com isso tenta inseri-la na sociedade como se ela nada tivesse a ser tratado. E com isso, apenas ratifica o preconceito contra o tratamento da doença mental.
Também o desconhecimento, a falta de informação, faz com crie-se curas populares como: “nada que um tanque de roupas e um fogão não curem”, quando na verdade a pessoa pode estar vivendo um quadro de depressão.

A origem da doença mental é multifatorial. A predisposição genética, a química cerebral, e a historia de vida de uma pessoa somados aos traumas de infância são fatores que podem provocar transtornos mentais.

Observam-se no Brasil campanhas para prevenção contra alguns tipos de doenças físicas, mas não se observa nenhuma campanha esclarecedora para a população quanto a Doença Mental. Ainda a Doença Mental no Brasil é tratada com o um enorme descaso, baseado nos pilares da ignorância, desrespeito e preconceito.

A doença mental é tratável e respondem bem ao tratamento medicamentoso e também a tratamentos psicológicos quando associados baseados em pesquisas realizadas por cientistas em todo o mundo. A maior dificuldade é o estigma que ainda carrega a pessoa que encontra-se nessa situação, uma vez que as barreiras para o atendimento ainda são enormes sendo as maiores a ignorância quanto ao assunto e o preconceito quanto a esse tipo de doença. A pessoa necessita de compreensão e afeto como qualquer outra, mas acaba-se isolando e nada recebendo.

Não tratar uma pessoa portadora de qualquer tipo de transtorno mental é crime. Ainda não um crime a ser punido judicialmente, mas um crime contra a ética, a lealdade e quanto aos direitos de um ser humano.

Hoje as pessoas não são retiradas do convívio social para manicômios, no entanto continuam isoladas, excluídas, abandonadas e marginalizadas.

Portanto, proponho que façamos serias e severas exigências para que o Ministério da Saúde promova campanhas nacionais de esclarecimento e de orientação para que a população consiga ao menos entender melhor o que é uma doença mental e não se envergonhar de viver ou estar com um familiar nessa situação possibilitando a busca de tratamento adequado.

"O mais incompreensível do mundo é que ele seja compreensível."
(Albert Einstein)



17/06/2017

Labirintite pode ser emocional





A labirintite emocional está ligada a problemas como depressão e excesso de ansiedade, que podem surgir como consequência de fatores como perda de um ente querido, traumas de infância, Síndrome do Pânico, perda do emprego e excesso de estresse, pressão e cobranças no trabalho ou nos estudos.
A labirintite causa sintomas como sensação de pressão e zumbido no ouvido, diminuição do equilíbrio, tontura e dor de cabeça frequente, que pioram em situações de estresse agudo ou durante movimentos repentinos da cabeça.

Como tratar


O tratamento da labirintite emocional deve ser feito com acompanhamento de psicoterapia, durante a qual irá se investigar a causa principal do problema.
Em geral, o tratamento pode ser feito sem incluir o uso de medicamentos, trabalhando apenas o paciente para fortalecer seu lado emocional, aumentar sua auto-estima e ensinar técnicas para lidar com a ansiedade e o estresse. No entanto, em casos de depressão pode ser necessário o uso de medicamentos para ajudar a combater esta doença.
Além disso, deve-se beber pelo menos 2 litros de água por dia, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, alimentos ricos em doces e gorduras e parar de fumar.

Dicas para combater a Labirintite Emocional


Algumas dicas para combater as crises e aliviar o estresse e a ansiedade que causam a labirintite são:

·                  Evitar locais barulhentos e com muita gente, como shows e estádios de futebol;
·                  Fazer as refeições em local calmo e tranquilo;
·                  Praticar atividade física regularmente, pois ela aumenta a produção de hormônios que dão a sensação de prazer e bem estar;
·                  Aumentar o consumo de ômega-3, que está presente em alimentos como peixes, castanhas e linhaça;
·                  Tomar diariamente sucos e chás calmantes, como os que são feitos a partir de camomila, maracujá e maçã.

Além disso, também pode-se investir em massagens relaxantes de 1 a 2 vezes por semana e no tratamento com acupuntura, que a ajuda a restabelecer o equilíbrio do corpo e a controlar as emoções.


Clínico geral


15/06/2017

Conheça os tipos de ansiedade





O que é Ansiedade?

A ansiedade é uma sensação ou sentimento decorrente da excessiva excitação do Sistema Nervoso Central conseqüente à interpretação de uma situação de perigo. Parente próxima do medo (muitas vezes a diferenciação não é possível), é distinguida dele pelo fato de o medo ter um fator desencadeante real e palpável, enquanto na ansiedade o fator de estímulo teria características mais subjetivas.
A ansiedade é o grande sintoma de características psicológicas que mostra a intersecção entre o físico e psíquico, uma vez que tem claros sintomas físicos, como: taquicardia (batedeira), sudorese, tremores, tensão muscular aumento das secreções (urinárias e fecais), aumento da motilidade intestinal, cefaléia (dor de cabeça). Quando recorrente e intensa também é chamada de Síndrome do Pânico (crise ansiosa aguda). Toda esta excitação acontece decorrente de uma descarga de um neurotransmissor chamado Noradrenalina, que é produzido nas suprarrenais, lócus cerúleos e núcleo amidalóide.

Existem diferentes tipos de ansiedade.

Os seis mais comuns são:  

Transtorno de ansiedade generalizada (TAG)

O transtorno da ansiedade generalizada (TAG), segundo o manual de classificação de doenças mentais (DSM.IV), é um distúrbio caracterizado pela “preocupação excessiva ou expectativa apreensiva”, persistente e de difícil controle, que perdura por seis meses no mínimo e vem acompanhado por três ou mais dos seguintes sintomas: inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular e perturbação do sono.
É importante registrar também que, nesses casos, o nível de ansiedade é desproporcional aos acontecimentos geradores do transtorno, causa muito sofrimento e interfere na qualidade de vida e no desempenho familiar, social e profissional dos pacientes.
O transtorno da ansiedade generalizada pode afetar pessoas de todas as idades, desde o nascimento até a velhice. Em geral, as mulheres são um pouco mais vulneráveis do que os homens.


Fobia social

Na fobia social a pessoa se sente ansiosa em “situações sociais”, quando poderia se sentir observada pelos outros. A pessoa fica insegura, temendo pelo seu desempenho e preocupada com o que poderão pensar dela naquele estado. O grau de ansiedade pode ser muito intenso, podendo chegar a uma crise aguda de ansiedade.
As situações sociais temidas podem ser variadas, como escrever na frente dos outros, falar em público, comer em locais públicos, entrar em lugares cheios, ir a um evento social, fazer uma entrevista de emprego, encontrar um conhecido etc.
O Transtorno de Ansiedade Social pode ser classificado em dois subtipos. Um subtipo  denominado generalizado, na qual a pessoa teme quase todas as situações sociais: conversar, namorar, sair em lugares públicos, falar, comer, escrever em público, etc.
E um subtipo denominado não generalizado, ou restrito, no qual a pessoa teme uma ou poucas situações sociais específicas.
Durante a situação social a ansiedade tende a persistir levando a pessoa a enfrentar níveis altos de sofrimento. Quando sai da situação, a ansiedade tende a diminuir significativamente, o que reforça tendências de fuga e evitação de novas situações. 
A própria expectativa de ter que enfrentar situações sociais já pode ativar ansiedade, levando a pessoa a evitar estas situações temidas. Este comportamento de evitação pode ir limitando significativamente a vida da pessoa.

Fobias específicas

Medo exagerado, acentuado e persistente, irracional ou excessivo, de um objeto ou circunstância fóbica. A exposição ao estímulo fóbico (objeto ou situação) provoca uma resposta imediata de ansiedade. A ansiedade é caracterizada por sudorese, batimentos rápidos do coração, tremor das mãos, falta de ar, sensação de "frio" na barriga e mal estar.
Dependendo da intensidade desses sintomas, a pessoa pode desencadear um ataque de pânico, sentindo-se muito mal, e por vezes com a sensação de morte iminente. Todo esse conjunto de sintomas reforçam ainda mais o pensamento disfuncional de que a exposição a determinado estimulo possa realmente representar risco de vida, fazendo assim um efeito “bola de neve”.

Uma pessoa sente muito medo sobre um objeto ou situação particular e pode ter grandes comprimentos para evitar, por exemplo, ter uma injeção ou viajar em um avião. Existem muitos tipos diferentes de fobias.

Transtorno obsessivo compulsivo (TOC)

TOC, ou transtorno obsessivo-compulsivo, é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade descrito no “Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais -DSM.IV” da Associação de Psiquiatria Americana. A principal característica do TOC é a presença de crises recorrentes de obsessões e compulsões.
Entende-se por obsessão pensamentos, ideias e imagens que invadem a pessoa insistentemente, sem que ela queira. Como um disco riscado que se põe a repetir sempre o mesmo ponto da gravação, eles ficam patinando dentro da cabeça e o único jeito para livrar-se deles por algum tempo é realizar o ritual próprio da compulsão, seguindo regras e etapas rígidas e pré-estabelecidas, que ajudam a aliviar a ansiedade. Alguns portadores dessa desordem acham que, se não agirem assim, algo terrível pode acontecer-lhes. No entanto, a ocorrência dos pensamentos obsessivos tende a agravar-se à medida que são realizados os rituais e pode transformar-se num obstáculo não só para a rotina diária da pessoa como para a vida da família inteira.
Em geral, os rituais se desenvolvem nas áreas da limpeza, checagem ou conferência, contagem, organização, simetria, colecionismo, e podem variar ao longo da evolução da doença.


Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT)

O transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) é um distúrbio da ansiedade caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas físicos, psíquicos e emocionais em decorrência de o portador ter sido vítima ou testemunha de atos violentos ou de situações traumáticas que, em geral, representaram ameaça à sua vida ou à vida de terceiros. Quando se recorda do fato, ele revive o episódio, como se estivesse ocorrendo naquele momento e com a mesma sensação de dor e sofrimento que o agente estressor provocou. Essa recordação, conhecida como revivescência, desencadeia alterações neurofisiológicas e mentais.
Aproximadamente entre 15% e 20% das pessoas que, de alguma forma, estiveram envolvidas em casos de violência urbana, agressão física, abuso sexual, terrorismo, tortura, assalto, seqüestro, acidentes, guerra, catástrofes naturais ou provocadas, desenvolvem esse tipo de transtorno. No entanto, a maioria só procura ajuda dois anos depois das primeiras crises.
Recente pesquisa desenvolvida pela UNIFESP (Universidade Federal do Estado de São Paulo) e por outras universidades brasileiras, em parceria com pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz, levantou a hipótese de a causa do transtorno estar no desequilíbrio dos níveis de cortisol ou na redução de 8% a 10% do córtex pré-frontal e do hipocampo, áreas localizadas no cérebro.


Transtorno de pânico

A síndrome do pânico, na linguagem psiquiátrica chamada de transtorno do pânico, é uma enfermidade que se caracteriza por crises absolutamente inesperadas de medo e desespero. A pessoa tem a impressão de que vai morrer naquele momento de um ataque cardíaco, porque o coração dispara, sente falta de ar e tem sudorese abundante.
Quem padece de síndrome do pânico sofre durante as crises e ainda mais nos intervalos entre uma e outra, pois não faz a menor ideia de quando elas ocorrerão novamente, se dali a cinco minutos, cinco dias ou cinco meses. Isso traz tamanha insegurança que a qualidade de vida do paciente fica seriamente comprometida.





Fonte. Dr . Dráuzio Varella
           Dr. Artur Scarpato