junho 2017

30/06/2017

Doença mental: Preconceito e ignorância como maiores inimigos.







Por: Sueli Castilho-psicóloga e comportamento

Sempre se conhece alguém que apresente algum tipo de transtorno mental. Ansiedade, depressão, pânico, distúrbios alimentares dentre muitos podem afetar uma pessoa no transcorrer de sua vida acarretando sofrimento e incapacidade para exercer as funções naturais do dia a dia.

Mas fecham-se os olhos e afasta-se do convívio essas pessoas. Essas pessoas ainda provocam medo, distanciamento ao invés de provocarem entendimento, aceitação e tratamento. Isso apenas faz com que a pessoa que apresente transtorno mental se isole, e sem nenhum apoio não procure tratamento para seu problema.

A saúde mental é tão importante quanto à saúde do corpo. Mas buscam-se os médicos para o tratamento corporal e foge-se do psiquiatra e psicólogo pelo medo de ganhar o rotulo de “louco, esquisito, pinel, e para os mais elitizados: excêntrico”. A família na maioria das vezes tem vergonha de apresentar uma pessoa que tenha qualquer tipo de transtorno mental e com isso tenta inseri-la na sociedade como se ela nada tivesse a ser tratado. E com isso, apenas ratifica o preconceito contra o tratamento da doença mental.
Também o desconhecimento, a falta de informação, faz com crie-se curas populares como: “nada que um tanque de roupas e um fogão não curem”, quando na verdade a pessoa pode estar vivendo um quadro de depressão.

A origem da doença mental é multifatorial. A predisposição genética, a química cerebral, e a historia de vida de uma pessoa somados aos traumas de infância são fatores que podem provocar transtornos mentais.

Observam-se no Brasil campanhas para prevenção contra alguns tipos de doenças físicas, mas não se observa nenhuma campanha esclarecedora para a população quanto a Doença Mental. Ainda a Doença Mental no Brasil é tratada com o um enorme descaso, baseado nos pilares da ignorância, desrespeito e preconceito.

A doença mental é tratável e respondem bem ao tratamento medicamentoso e também a tratamentos psicológicos quando associados baseados em pesquisas realizadas por cientistas em todo o mundo. A maior dificuldade é o estigma que ainda carrega a pessoa que encontra-se nessa situação, uma vez que as barreiras para o atendimento ainda são enormes sendo as maiores a ignorância quanto ao assunto e o preconceito quanto a esse tipo de doença. A pessoa necessita de compreensão e afeto como qualquer outra, mas acaba-se isolando e nada recebendo.

Não tratar uma pessoa portadora de qualquer tipo de transtorno mental é crime. Ainda não um crime a ser punido judicialmente, mas um crime contra a ética, a lealdade e quanto aos direitos de um ser humano.

Hoje as pessoas não são retiradas do convívio social para manicômios, no entanto continuam isoladas, excluídas, abandonadas e marginalizadas.

Portanto, proponho que façamos serias e severas exigências para que o Ministério da Saúde promova campanhas nacionais de esclarecimento e de orientação para que a população consiga ao menos entender melhor o que é uma doença mental e não se envergonhar de viver ou estar com um familiar nessa situação possibilitando a busca de tratamento adequado.

"O mais incompreensível do mundo é que ele seja compreensível."
(Albert Einstein)



17/06/2017

Labirintite pode ser emocional





A labirintite emocional está ligada a problemas como depressão e excesso de ansiedade, que podem surgir como consequência de fatores como perda de um ente querido, traumas de infância, Síndrome do Pânico, perda do emprego e excesso de estresse, pressão e cobranças no trabalho ou nos estudos.
A labirintite causa sintomas como sensação de pressão e zumbido no ouvido, diminuição do equilíbrio, tontura e dor de cabeça frequente, que pioram em situações de estresse agudo ou durante movimentos repentinos da cabeça.

Como tratar


O tratamento da labirintite emocional deve ser feito com acompanhamento de psicoterapia, durante a qual irá se investigar a causa principal do problema.
Em geral, o tratamento pode ser feito sem incluir o uso de medicamentos, trabalhando apenas o paciente para fortalecer seu lado emocional, aumentar sua auto-estima e ensinar técnicas para lidar com a ansiedade e o estresse. No entanto, em casos de depressão pode ser necessário o uso de medicamentos para ajudar a combater esta doença.
Além disso, deve-se beber pelo menos 2 litros de água por dia, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, alimentos ricos em doces e gorduras e parar de fumar.

Dicas para combater a Labirintite Emocional


Algumas dicas para combater as crises e aliviar o estresse e a ansiedade que causam a labirintite são:

·                  Evitar locais barulhentos e com muita gente, como shows e estádios de futebol;
·                  Fazer as refeições em local calmo e tranquilo;
·                  Praticar atividade física regularmente, pois ela aumenta a produção de hormônios que dão a sensação de prazer e bem estar;
·                  Aumentar o consumo de ômega-3, que está presente em alimentos como peixes, castanhas e linhaça;
·                  Tomar diariamente sucos e chás calmantes, como os que são feitos a partir de camomila, maracujá e maçã.

Além disso, também pode-se investir em massagens relaxantes de 1 a 2 vezes por semana e no tratamento com acupuntura, que a ajuda a restabelecer o equilíbrio do corpo e a controlar as emoções.


Clínico geral


15/06/2017

Conheça os tipos de ansiedade





O que é Ansiedade?

A ansiedade é uma sensação ou sentimento decorrente da excessiva excitação do Sistema Nervoso Central conseqüente à interpretação de uma situação de perigo. Parente próxima do medo (muitas vezes a diferenciação não é possível), é distinguida dele pelo fato de o medo ter um fator desencadeante real e palpável, enquanto na ansiedade o fator de estímulo teria características mais subjetivas.
A ansiedade é o grande sintoma de características psicológicas que mostra a intersecção entre o físico e psíquico, uma vez que tem claros sintomas físicos, como: taquicardia (batedeira), sudorese, tremores, tensão muscular aumento das secreções (urinárias e fecais), aumento da motilidade intestinal, cefaléia (dor de cabeça). Quando recorrente e intensa também é chamada de Síndrome do Pânico (crise ansiosa aguda). Toda esta excitação acontece decorrente de uma descarga de um neurotransmissor chamado Noradrenalina, que é produzido nas suprarrenais, lócus cerúleos e núcleo amidalóide.

Existem diferentes tipos de ansiedade.

Os seis mais comuns são:  

Transtorno de ansiedade generalizada (TAG)

O transtorno da ansiedade generalizada (TAG), segundo o manual de classificação de doenças mentais (DSM.IV), é um distúrbio caracterizado pela “preocupação excessiva ou expectativa apreensiva”, persistente e de difícil controle, que perdura por seis meses no mínimo e vem acompanhado por três ou mais dos seguintes sintomas: inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular e perturbação do sono.
É importante registrar também que, nesses casos, o nível de ansiedade é desproporcional aos acontecimentos geradores do transtorno, causa muito sofrimento e interfere na qualidade de vida e no desempenho familiar, social e profissional dos pacientes.
O transtorno da ansiedade generalizada pode afetar pessoas de todas as idades, desde o nascimento até a velhice. Em geral, as mulheres são um pouco mais vulneráveis do que os homens.


Fobia social

Na fobia social a pessoa se sente ansiosa em “situações sociais”, quando poderia se sentir observada pelos outros. A pessoa fica insegura, temendo pelo seu desempenho e preocupada com o que poderão pensar dela naquele estado. O grau de ansiedade pode ser muito intenso, podendo chegar a uma crise aguda de ansiedade.
As situações sociais temidas podem ser variadas, como escrever na frente dos outros, falar em público, comer em locais públicos, entrar em lugares cheios, ir a um evento social, fazer uma entrevista de emprego, encontrar um conhecido etc.
O Transtorno de Ansiedade Social pode ser classificado em dois subtipos. Um subtipo  denominado generalizado, na qual a pessoa teme quase todas as situações sociais: conversar, namorar, sair em lugares públicos, falar, comer, escrever em público, etc.
E um subtipo denominado não generalizado, ou restrito, no qual a pessoa teme uma ou poucas situações sociais específicas.
Durante a situação social a ansiedade tende a persistir levando a pessoa a enfrentar níveis altos de sofrimento. Quando sai da situação, a ansiedade tende a diminuir significativamente, o que reforça tendências de fuga e evitação de novas situações. 
A própria expectativa de ter que enfrentar situações sociais já pode ativar ansiedade, levando a pessoa a evitar estas situações temidas. Este comportamento de evitação pode ir limitando significativamente a vida da pessoa.

Fobias específicas

Medo exagerado, acentuado e persistente, irracional ou excessivo, de um objeto ou circunstância fóbica. A exposição ao estímulo fóbico (objeto ou situação) provoca uma resposta imediata de ansiedade. A ansiedade é caracterizada por sudorese, batimentos rápidos do coração, tremor das mãos, falta de ar, sensação de "frio" na barriga e mal estar.
Dependendo da intensidade desses sintomas, a pessoa pode desencadear um ataque de pânico, sentindo-se muito mal, e por vezes com a sensação de morte iminente. Todo esse conjunto de sintomas reforçam ainda mais o pensamento disfuncional de que a exposição a determinado estimulo possa realmente representar risco de vida, fazendo assim um efeito “bola de neve”.

Uma pessoa sente muito medo sobre um objeto ou situação particular e pode ter grandes comprimentos para evitar, por exemplo, ter uma injeção ou viajar em um avião. Existem muitos tipos diferentes de fobias.

Transtorno obsessivo compulsivo (TOC)

TOC, ou transtorno obsessivo-compulsivo, é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade descrito no “Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais -DSM.IV” da Associação de Psiquiatria Americana. A principal característica do TOC é a presença de crises recorrentes de obsessões e compulsões.
Entende-se por obsessão pensamentos, ideias e imagens que invadem a pessoa insistentemente, sem que ela queira. Como um disco riscado que se põe a repetir sempre o mesmo ponto da gravação, eles ficam patinando dentro da cabeça e o único jeito para livrar-se deles por algum tempo é realizar o ritual próprio da compulsão, seguindo regras e etapas rígidas e pré-estabelecidas, que ajudam a aliviar a ansiedade. Alguns portadores dessa desordem acham que, se não agirem assim, algo terrível pode acontecer-lhes. No entanto, a ocorrência dos pensamentos obsessivos tende a agravar-se à medida que são realizados os rituais e pode transformar-se num obstáculo não só para a rotina diária da pessoa como para a vida da família inteira.
Em geral, os rituais se desenvolvem nas áreas da limpeza, checagem ou conferência, contagem, organização, simetria, colecionismo, e podem variar ao longo da evolução da doença.


Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT)

O transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) é um distúrbio da ansiedade caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas físicos, psíquicos e emocionais em decorrência de o portador ter sido vítima ou testemunha de atos violentos ou de situações traumáticas que, em geral, representaram ameaça à sua vida ou à vida de terceiros. Quando se recorda do fato, ele revive o episódio, como se estivesse ocorrendo naquele momento e com a mesma sensação de dor e sofrimento que o agente estressor provocou. Essa recordação, conhecida como revivescência, desencadeia alterações neurofisiológicas e mentais.
Aproximadamente entre 15% e 20% das pessoas que, de alguma forma, estiveram envolvidas em casos de violência urbana, agressão física, abuso sexual, terrorismo, tortura, assalto, seqüestro, acidentes, guerra, catástrofes naturais ou provocadas, desenvolvem esse tipo de transtorno. No entanto, a maioria só procura ajuda dois anos depois das primeiras crises.
Recente pesquisa desenvolvida pela UNIFESP (Universidade Federal do Estado de São Paulo) e por outras universidades brasileiras, em parceria com pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz, levantou a hipótese de a causa do transtorno estar no desequilíbrio dos níveis de cortisol ou na redução de 8% a 10% do córtex pré-frontal e do hipocampo, áreas localizadas no cérebro.


Transtorno de pânico

A síndrome do pânico, na linguagem psiquiátrica chamada de transtorno do pânico, é uma enfermidade que se caracteriza por crises absolutamente inesperadas de medo e desespero. A pessoa tem a impressão de que vai morrer naquele momento de um ataque cardíaco, porque o coração dispara, sente falta de ar e tem sudorese abundante.
Quem padece de síndrome do pânico sofre durante as crises e ainda mais nos intervalos entre uma e outra, pois não faz a menor ideia de quando elas ocorrerão novamente, se dali a cinco minutos, cinco dias ou cinco meses. Isso traz tamanha insegurança que a qualidade de vida do paciente fica seriamente comprometida.





Fonte. Dr . Dráuzio Varella
           Dr. Artur Scarpato


14/06/2017

Pare de se fazer de vítima






Dizer adeus de uma vez por todas ao vitimismo é a chave para conseguir uma vida apaixonante e feliz. Ninguém gosta de ser vítima, mas a verdade é que colocar-se nesta posição de forma fictícia oferece certas vantagens às quais às vezes é difícil renunciar. Por exemplo, parece que é uma posição que legitima o pedido por cuidados e atenção, quando de outra forma não poderiam ser reclamados.

Às vezes a vida é dura e difícil, tanto para nós mesmos quanto para o resto do mundo. Todos em algum ponto do caminho iremos sofrer adversidades Algumas mais duras, outras mais leves, mas é certo que os obstáculos também fazem parte deste presente que é viver.

O mais importante é ter em mente que, como disse o grande Buda, a dor é inevitável mas o sofrimento é opcional.Isto é, não temos a capacidade de escolher o que vai nos acontecer na vida, no máximo podemos tomar decisões mais ou menos acertadas, mas nada nos garante escapar da dor. Agora, sempre poderemos escolher de que forma preferimos enfrentar os problemas.

Estar preso ao papel de vítima 

Todos já conhecemos alguma pessoa que está sempre se queixando de tudo, assumindo um papel de pessoa prejudicada ou ferida, que costuma culpar o mundo ou os outros mas que pouco faz para sair desse poço escuro no qual está supostamente mergulhada. Soa familiar?

São pessoas presas ao mecanismo da vitimização, isto é, à tendência de pensar que são miseráveis, que são o objetivo predileto do azar e que os outros são maus com elas e querem prejudicá-las, quando a realidade diz outra coisa diferente. Podem estar acreditando nisso de verdade por causa de uma distorção perceptiva, ou pode ser simplesmente um exercício de simulação.

A pessoa ancorada à vitimização não consegue sair desse baque pelo qual está passando, e ainda se afunda cada vez mais nele.

As pessoas ao seu redor procuram ajudá-la em vão, o que não faz outra coisa senão reforçar a sua atitude pessimista. No fim das contas todos acabam sofrendo, embora a que sofra principalmente seja a própria pessoa vitimista porque no fundo poucas vezes deixa de se sentir mal consigo mesma. Ela costuma contar com uma auto-estima baixa e pensa que só se colocando no papel de vítima irá merecer carinho e atenção.

Como reconhecer uma pessoa que se faz de vítima?

Ela quer que os outros reconheçam o seu sofrimento.

Quando o seu círculo procura ajudá-la, sente-se atacada de modo que procura reforçar o seu estado, isto é, que lhe dêem palavras e frases como “coitadinho”, “que mal a vida trata você” ou “você é um azarado, que azar você tem”. Se alguém tenta encorajá-la para que tome as rédeas da sua vida e procure encontrar soluções, se ofende e pensa que a pessoa não quer entendê-la, nem se colocar no seu lugar.

Tenta culpar os outros e a vida.

Anteriormente comentamos que, embora seja verdade que a vida traz muitos baques, também existem pessoas que se deprimem facilmente e outras com adversidades muito maiores que se mantêm de pé e continuam vivendo normalmente.
Culpar os outros e o mundo não serve de nada, esta atitude só mantém o problema ou nos reafirma como vítimas sem recursos. As pessoas vitimistas não procuram soluções para resolver a sua adversidade, mas reclamam da quão injusta a vida é e de como são azarados até o esgotamento próprio e dos outros.

Manipulam emocionalmente os outros

É uma estratégia muito usada por estas pessoas, já que por meio da tática de provocar sentimentos de tristeza nos outros é mais fácil conseguir certos privilégios.
Algumas frases que vêm à mente com relação a este ponto, podem ser: “Criei você desde pequeno e agora você vai morar junto com sua namorada e vai me deixar sozinha”, “Se você tirar boas notas, mamãe vai se curar”. Desta forma, a pessoa se sente responsável pelo estado emocional do outro e fará o possível para agradá-lo, mesmo que tenha que violar seus próprios direitos e necessidades.

O que fazer com estas pessoas?

Simplesmente não entrar no seu jogo. Se nos prendermos às chantagens e lamentos dos que exercem o papel de vítima, estaremos reforçando essa conduta e não estaremos ajudando, mas sim os prejudicando. O problema é que fazer isto é muito difícil porque nossa cultura nos ensina desde pequenos que é preciso sentir compaixão pelos que sofrem e ajudar ao outro, mesmo que nossos próprios interesses fiquem relegados a um segundo plano.


Quando se trata de um familiar a coisa complica ainda mais… Quem não ajudaria a sua mãe que afirma que está mal, deprimida, triste, mesmo que ela não faça nada para sair disso?
Qualquer pessoa se renderia a suas queixas e a acolheria, mas certamente essa não é a solução, porque estaria reforçando que ela não é capaz de sair disso e que a solução é se queixar e não fazer nada. É difícil, mas se soubermos identificar corretamente uma atitude vitimista iremos procurar não ceder e ajudá-las de modo a não reforçar sua atitude.

Podemos dizer que estamos ali para procurar uma solução para o problema, mas não aquele que elas trouxerem e sim aquele que nós enxergamos. Para fazer o possível para sair dessa posição, mas não para ouvir queixas nem para nos contagiarmos de negativismo. Se não for assim, a pessoa vitimista não ganhará consciência de que suas estratégias não têm efeito e que deveria pensar em mudar de atitude.


Fonte:https://amenteemaravilhosa.com.br/pare-fazer-vitima/



06/06/2017

O Medo das Reações do Corpo - Síndrome do Pânico








Na Síndrome do Pânico, várias sensações do corpo acabam se associando às crises e passam a ser interpretados como um sinal de perigo iminente, do início de uma possível crise. Sinais tão diversos como a tensão decorrente de uma resposta de raiva, o enjôo de algo que não caiu bem no estômago, o cansaço de uma noite mal dormida, a tristeza de alguma perda, enfim todo o espectro das sensações e sentimentos pode ser equivocadamente interpretado como indício de uma crise de pânico, levando a pessoa a se assustar e assim, com medo do medo, iniciar uma crise.


A pessoa faz constantes interpretações equivocadas e catastróficas de suas reações e sensações corporais, achando que vai ter um ataque cardíaco, que está doente, que vai desmaiar, que vai morrer, etc. É comum a pessoa viver ansiosamente o que poderia ser vivido como sentimentos diferenciados. Numa situação que poderia despertar alegria, a pessoa se sente ansiosa; numa situação que provocaria raiva ela também se sente ansiosa. Qualquer reação interna ou sentimento mais intenso pode disparar reações de ansiedade.



Esta perda de discriminação da paisagem interna compromete seriamente a vida da pessoa, pois esta se sente ameaçada constantemente por suas próprias sensações corporais. O corpo passa a ser a maior fonte de ameaça. Perder a confiança no próprio corpo leva a uma experiência de extrema fragilidade. 

Os remédios podem ser recursos auxiliares importantes para o controle das crises de pânico, trabalhando conjuntamente com a psicoterapia para ajudar na superação da Síndrome do Pânico.
Porém, há  algumas ponderações sobre a sua utilização . Primeiro, é necessário ter claro que os remédios não ensinam. Eles não ensinam à pessoa como ela própria pode influenciar seus estados internos e assim a superar o sentimento de impotência que o pânico traz. Não ensinam a pessoa a compreender os sentimentos e experiências que desencadeiam as crises de pânico. E não ajudam a pessoa a perder o medo das reações de seu corpo e a ganhar uma compreensão mais profunda de seus sentimentos. Os remédios – quando utilizados – devem ser vistos como auxiliares do tratamento psicológico.
Algumas pessoas optam por um tratamento conjugado de medicação e psicoterapia enquanto outras optam por tratar o pânico somente com uma psicoterapia especializada. Na psicoterapia especializada utilizamos técnicas de auto-gerenciamento – para manejar os níveis de ansiedade e controlar as crises – e ao mesmo tempo trabalhamos as questões psicológicas envolvidas. A opção mais precária seria tratar o pânico somente com medicação, visto que o índice de recaídas é maior quando há somente tratamento medicamentoso do que quando há também um tratamento psicológico. Os remédios mal administrados podem acabar mascarando por anos o sofrimento ao invés de ajudar a pessoa a superá-lo.
Atualmente é possível tratar a pessoa com Síndrome de Pânico sem a utilização de medicação e temos obtido bons resultados tanto com pessoas que estão paralelamente tomando medicação como com aquelas que preferem não tomar remédios.


Artur Scarpato : Psicólogo Clínico (PUC SP). Mestre em Psicologia Clínica pela PUC SP.

02/06/2017

Três mitos acerca dos ataques de pânico






Existem uns maus entendidos que preocupam a maioria dos portadores da síndrome do pânico. Não é para menos, já que é horrível sentir os seus efeitos que muitas vezes se confundem outros, principalmente com problemas do coração. É importante saber que os ataques de pânico não são perigosos, isto apesar de o parecerem ser.


Os três maiores mitos:



Um ataque de pânico pode causar um ataque cardíaco. 
Batimento cardíaco rápido é assustador, mas não é perigoso. Um coração normal pode sustentar até 200bpm (batimentos por minuto) durante semanas, sem qualquer repercussão. Durante um ataque de pânico o coração pode chegar aos 150bpm o equivalente a uma caminhada de 10\40 minutos, para, além disso, uma crise de pânico tem uma duração de 10\30 minutos.

Um ataque de pânico vai fazer você sufocar. 
O peito aperta assim como a garganta, parece que se vai morrer sufocado, mas não vai. O nosso cérebro não vai deixar que tal aconteça, ele tem uma ação reflexa que obriga a pessoa a respirar, mesmo se você estiver travando a respiração. Durante um ataque de pânico mesmo que queira, não conseguir parar de respirar.

Um ataque de pânico vai fazer você desmaiar.
 Embora se possam sentir tonturas durante uma crise isso é normal. Isso acontece porque está hiperventilando (respiração rápida), a circulação de sangue para o cérebro é ligeiramente mais baixa, mas insuficiente para ocorrer um desmaio.


Fonte: http://www.vladman.net/blog/tr%C3%AAs-mitos-acerca-dos-ataques-de-p%C3%A2nico