Conheça os tipos de ansiedade
O que é
Ansiedade?
A ansiedade
é uma sensação ou sentimento decorrente da excessiva excitação do Sistema
Nervoso Central conseqüente à interpretação de uma situação de perigo. Parente
próxima do medo (muitas vezes a diferenciação não é possível), é distinguida
dele pelo fato de o medo ter um fator desencadeante real e palpável, enquanto
na ansiedade o fator de estímulo teria características mais subjetivas.
A ansiedade
é o grande sintoma de características psicológicas que mostra a intersecção
entre o físico e psíquico, uma vez que tem claros sintomas físicos, como:
taquicardia (batedeira), sudorese, tremores, tensão muscular aumento das
secreções (urinárias e fecais), aumento da motilidade intestinal, cefaléia (dor
de cabeça). Quando recorrente e intensa também é chamada de Síndrome do Pânico
(crise ansiosa aguda). Toda esta excitação acontece decorrente de uma descarga
de um neurotransmissor chamado Noradrenalina, que é produzido nas suprarrenais,
lócus cerúleos e núcleo amidalóide.
Existem
diferentes tipos de ansiedade.
Os seis
mais comuns são:
Transtorno
de ansiedade generalizada (TAG)
O
transtorno da ansiedade generalizada (TAG), segundo o manual de classificação
de doenças mentais (DSM.IV), é um distúrbio caracterizado pela “preocupação
excessiva ou expectativa apreensiva”, persistente e de difícil controle, que
perdura por seis meses no mínimo e vem acompanhado por três ou mais dos
seguintes sintomas: inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de
concentração, tensão muscular e perturbação do sono.
É
importante registrar também que, nesses casos, o nível de ansiedade é
desproporcional aos acontecimentos geradores do transtorno, causa muito
sofrimento e interfere na qualidade de vida e no desempenho familiar, social e
profissional dos pacientes.
O
transtorno da ansiedade generalizada pode afetar pessoas de todas as idades,
desde o nascimento até a velhice. Em geral, as mulheres são um pouco mais
vulneráveis do que os homens.
Fobia
social
Na fobia
social a pessoa se sente ansiosa em “situações sociais”, quando
poderia se sentir observada pelos outros. A pessoa fica insegura,
temendo pelo seu desempenho e preocupada com o que poderão
pensar dela naquele estado. O grau de ansiedade pode ser muito
intenso, podendo chegar a uma crise aguda de ansiedade.
As
situações sociais temidas podem ser variadas, como escrever na frente dos
outros, falar em público, comer em locais públicos, entrar em lugares
cheios, ir a um evento social, fazer uma entrevista de
emprego, encontrar um conhecido etc.
O
Transtorno de Ansiedade Social pode ser classificado em dois subtipos. Um
subtipo denominado generalizado, na qual a pessoa teme quase
todas as situações sociais: conversar, namorar, sair em lugares públicos, falar,
comer, escrever em público, etc.
E um
subtipo denominado não generalizado, ou restrito, no qual a pessoa
teme uma ou poucas situações sociais específicas.
Durante a
situação social a ansiedade tende a persistir levando a pessoa a enfrentar
níveis altos de sofrimento. Quando sai da situação, a ansiedade tende a
diminuir significativamente, o que reforça tendências de fuga e evitação de
novas situações.
A própria
expectativa de ter que enfrentar situações sociais já pode
ativar ansiedade, levando a pessoa a evitar estas situações
temidas. Este comportamento de evitação pode ir limitando
significativamente a vida da pessoa.
Fobias
específicas
Medo
exagerado, acentuado e persistente, irracional ou excessivo, de um objeto ou
circunstância fóbica. A exposição ao estímulo fóbico (objeto ou situação)
provoca uma resposta imediata de ansiedade. A ansiedade é caracterizada por
sudorese, batimentos rápidos do coração, tremor das mãos, falta de ar, sensação
de "frio" na barriga e mal estar.
Dependendo
da intensidade desses sintomas, a pessoa pode desencadear um ataque de pânico,
sentindo-se muito mal, e por vezes com a sensação de morte iminente. Todo esse
conjunto de sintomas reforçam ainda mais o pensamento disfuncional de que a
exposição a determinado estimulo possa realmente representar risco de vida,
fazendo assim um efeito “bola de neve”.
Uma pessoa
sente muito medo sobre um objeto ou situação particular e pode ter grandes
comprimentos para evitar, por exemplo, ter uma injeção ou viajar em um avião. Existem
muitos tipos diferentes de fobias.
Transtorno
obsessivo compulsivo (TOC)
TOC, ou
transtorno obsessivo-compulsivo, é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade
descrito no “Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais
-DSM.IV” da Associação de Psiquiatria Americana. A principal característica do
TOC é a presença de crises recorrentes de obsessões e compulsões.
Entende-se
por obsessão pensamentos, ideias e imagens que invadem a pessoa
insistentemente, sem que ela queira. Como um disco riscado que se põe a repetir
sempre o mesmo ponto da gravação, eles ficam patinando dentro da cabeça e o
único jeito para livrar-se deles por algum tempo é realizar o ritual próprio da
compulsão, seguindo regras e etapas rígidas e pré-estabelecidas, que ajudam a
aliviar a ansiedade. Alguns portadores dessa desordem acham que, se não agirem
assim, algo terrível pode acontecer-lhes. No entanto, a ocorrência dos
pensamentos obsessivos tende a agravar-se à medida que são realizados os
rituais e pode transformar-se num obstáculo não só para a rotina diária da
pessoa como para a vida da família inteira.
Em geral,
os rituais se desenvolvem nas áreas da limpeza, checagem ou conferência,
contagem, organização, simetria, colecionismo, e podem variar ao longo da
evolução da doença.
Transtorno
de estresse pós-traumático (TEPT)
O
transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) é um distúrbio da ansiedade
caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas físicos, psíquicos e
emocionais em decorrência de o portador ter sido vítima ou testemunha de atos
violentos ou de situações traumáticas que, em geral, representaram ameaça à sua
vida ou à vida de terceiros. Quando se recorda do fato, ele revive o episódio,
como se estivesse ocorrendo naquele momento e com a mesma sensação de dor e
sofrimento que o agente estressor provocou. Essa recordação, conhecida como
revivescência, desencadeia alterações neurofisiológicas e mentais.
Aproximadamente
entre 15% e 20% das pessoas que, de alguma forma, estiveram envolvidas em casos
de violência urbana, agressão física, abuso sexual, terrorismo, tortura,
assalto, seqüestro, acidentes, guerra, catástrofes naturais ou provocadas,
desenvolvem esse tipo de transtorno. No entanto, a maioria só procura ajuda
dois anos depois das primeiras crises.
Recente
pesquisa desenvolvida pela UNIFESP (Universidade Federal do Estado de São
Paulo) e por outras universidades brasileiras, em parceria com pesquisadores da
Fundação Oswaldo Cruz, levantou a hipótese de a causa do transtorno estar no
desequilíbrio dos níveis de cortisol ou na redução de 8% a 10% do córtex pré-frontal
e do hipocampo, áreas localizadas no cérebro.
Transtorno
de pânico
A síndrome
do pânico, na linguagem psiquiátrica chamada de transtorno do pânico, é uma
enfermidade que se caracteriza por crises absolutamente inesperadas de medo e
desespero. A pessoa tem a impressão de que vai morrer naquele momento de um
ataque cardíaco, porque o coração dispara, sente falta de ar e tem sudorese
abundante.
Quem padece
de síndrome do pânico sofre durante as crises e ainda mais nos intervalos entre
uma e outra, pois não faz a menor ideia de quando elas ocorrerão novamente, se
dali a cinco minutos, cinco dias ou cinco meses. Isso traz tamanha insegurança
que a qualidade de vida do paciente fica seriamente comprometida.
Fonte. Dr .
Dráuzio Varella
Dr. Artur
Scarpato